João Pedro da Paz: Racismo é crime, e preconceito é coisa de imbecil

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Foto: Reprodução Instagram







Por João Pedro da Paz*

estrelinha

O crescimento da participação em redes sociais está trazendo consigo algo que não se vislumbrava tão nitidamente quando elas surgiram: assistimos à explosão de manifestações neuróticas e até psicóticas em busca de alguns minutos de atenção.

O caso mais recente é o de uma suposta “socialite” (é uma ocupação?) que, do Canadá, resolveu proferir uma série de comentários racistas sobre uma criança de 4 anos, a filha do casal de atores Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso. Contente com o destaque das suas ofensas, ela ainda encontrou tempo para falar mal de uma atriz e de uma cantora e suas supostas relações com drogas ilícitas.

Ofender uma determinada pessoa por causa da cor da pele configura crime de injúria racial. A pena prevista é de um a três anos de prisão. O crime não prescreve, ou seja, pode ser investigado e julgado até daqui a cem anos.

A Polícia Civil abriu inquérito e descobriu que Day McCarthy se chama Dayane Alcântara Couto de Andrade, tem 28 anos e é capixaba. Não é a primeira vez que ela ofende alguém pela internet.

Um tipo de comportamento que faz parte do que a filósofa Julia Kristeva chama de “novas doenças da alma”. Kristeva não chega a teorizar sobre os impactos das novas tecnologias da comunicação e da informação na saúde psíquica humana, mas, partindo dessa sua ideia (de que a pós-modernidade produziu novas doenças da alma), eu digo que as novas tecnologias detonaram uma nova expressão do narcisismo ou o “narcisismo à beira do fim”, que corresponde, em se tratando do mito, ao momento quando Narciso não se contém, lança-se nas águas profundas, cansado de apenas se admirar, querendo devorar a si mesmo de tanto fascínio por si, e morre.

As pessoas já não se importam com a morte real ou simbólica que podem ter em função de sua performance na internet, desde que elas tenham likes, comentários e seguidores. Por isso, há tantos exibindo, com fascínio por si mesmos, seu racismo e sua burrice. Da homofobia não vou nem falar, porque esta sempre foi expressa até por quem se considera saudável psiquicamente

João Pedro da Paz é professor de libras, graduando em direito, dirigente do PSOL – Venceslau, presidente da União dos Estudantes Venceslauense e militante dos direitos humanos.

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