Conheça os cinco fundamentos da República Federativa do Brasil

As fundações da República são os primeiros itens da Constituição e regem o funcionamento do Estado e da sociedade - Foto: Beto Barata / PR

Princípios que regem o funcionamento do Estado brasileiro são definidos nos quatro primeiros artigos da constituição. 

Preparada para constituir o Estado brasileiro, a Constituição de 1988 é regida por 
cinco princípios fundamentais: soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana,
 valores sociais do trabalho e livre iniciativa e pluralismo político.
Os fundamentos do Estado Democrático de Direito são apresentados no primeiro 
dos nove títulos que dividem o texto constitucional. São eles: princípios 
fundamentais; direitos e garantias; organização do Estado; organização de 
poderes; defesa do Estado e instituições democráticas; tributação e orçamento; 
ordem econômica e financeira; ordem social; e disposições constitucionais gerais.
“Para entender o que constitui nossa República, basta abrir o resumo da nossa
 Constituição Federal de 1988 ”, disse o professor e mestre do direito 
constitucional  Edgard Leite, referindo-se aos títulos que dividem a Magna Carta .
 Soberania
 É a qualidade de um Estado ou país nacional. "Todo Estado nacional é soberano, 
seja Brasil, Portugal, China, Cuba ou Venezuela. Soberania significa que, no 
território nacional, não há poder acima do poder do Estado. Na esfera internacional,
 há equivalência entre Estados, "o especialista disse.
Como o Brasil vive sob um Estado de Direito Democrático, a soberania do Estado 
significa a soberania do povo. "No período da monarquia absolutista, o soberano
 que detinha o poder era o rei. O símbolo do poder era a coroa. Hoje, o símbolo do 
poder é a Constituição, porque é a materialização do poder soberano que pertence
 ao povo". ele adicionou.
Cidadania
Para entender o que é cidadania, é preciso diferenciar os conceitos de pessoas e 
população. "A população compreende todos os que vivem em determinada nação. 
As pessoas, por sua vez, nascem e naturalizam os brasileiros. Essa distinção é
 importante porque, via de regra, só as pessoas podem exercer a cidadania no 
Brasil", afirmou Leite. Estrangeiros e apátridas que vivem no Brasil fazem parte da 
população, mas não são cidadãos do país.
Segundo o professor, a cidadania inclui todos os direitos e obrigações políticas, 
como votar e ser votada. Leite também aponta que nem todo membro do povo 
exerce necessariamente a cidadania - o cidadão pode optar por não votar, por 
exemplo -, mas para exercer a cidadania, o indivíduo deve fazer parte do povo.
 Dignidade da pessoa humana
Esse princípio, segundo Leite, passou por "um processo de evolução" ao longo do
 tempo e é algo difícil de definir. "O interessante é que, embora a dignidade seja 
difícil de definir, é muito fácil identificar violações a ela. É difícil definir, mas é fácil 
de ver", disse ele. O dano físico e o estupro são considerados crimes contra a 
dignidade humana, de acordo com o Código Penal Brasileiro .
Valores sociais do trabalho e livre iniciativa
Este princípio determina que, no Brasil, o indivíduo deve ter o direito de crescer, 
desenvolver ou empreender por meio de seu trabalho e iniciativa livre. "Essa 
disposição constitucional está relacionada ao artigo 170 da Constituição, que trata 
da ordem econômica e financeira; deixa claro que vivemos em uma sociedade em 
que a livre iniciativa e o trabalho são a base do próprio Estado."
 Pluralismo político
Um conceito ligado à própria noção de democracia, o pluralismo político é a 
admissão de ideias opostas, em todas as situações. "Qualquer um pode assistir a
 uma peça e criticá-la, ou ouvir uma canção de uma cantora em particular e não 
gostar dela. Da mesma forma, qualquer cidadão tem o direito de não concordar 
com uma política de Estado adotada por aqueles que governam o país", disse ele.
É importante não confundir o pluralismo político com o multi-partidarismo. Este 
último é definido no artigo 17 da Constituição e significa que o Brasil deve ter mais 
de dois partidos políticos.
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